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Fisiologia da vitamina D[editar | editar código-fonte]
A vitamina D pode ser obtida através da forma exógena, na alimentação ou da síntese endógena a partir do colesterol que é sintetizado pela incidência de raios UVB do sol sobre a pele.[1]
A forma endógena compreende a ingestão pela dieta. Por sua característica lipossolúvel há necessidade da formação de micelas a partir de sais biliares conjugados para sua absorção e transporte. Ao atingir o enterócito, é absorvida e se conjuga a quilomicrons, o que proporciona livre circulação pelo sistema linfático e venoso.
Funções biológicas[editar | editar código-fonte]
A principal ação da vitamina D é manter a homeostase de cálcio. Através dos VDRs (vitamina D receptor) de membranas aumenta o transporte de cálcio do meio extracelular para o intracelular e mobiliza cálcio dos estoques intracelulares. É imprescindível a absorção de cálcio na luz intestinal e estimula a absorção ativa de fosfato e magnésio. A vitamina D está associada intimamente ao PTH (paratormônio) no metabolismo de cálcio e este serve de indicador no caso de deficiência. Níveis inadequados da [25(OH)D₃] implicam diminuição do cálcio sérico pela redução da absorção intestinal desse mineral, que, por sua vez, ocasiona hiperestimulação da glândula paratireoide à liberar PTH, a fim de elevar a reabsorção renal e óssea de cálcio. Além disso, no caso de deficiência de vitamina D, existe um aumento compensatório na secreção do PTH, o que estimula o rim a produzir mais a [1,25-(OH)2-D₃], mantendo estável o nível desta vitamina no organismo.[2][3]
No osso a [1,25-(OH)2-D₃] estimula os osteoblastos a produzirem osteocalcina e fosfatase alcalina, aumenta o recrutamento, a diferenciação e a fusão dos precursores em osteoclastos ativos, aumenta ainda a reabsorção de cálcio e fosfato em osso ainda não mineralizado 3. Além de participar da homeostase do cálcio e do fósforo, na regulação do magnésio, por sua ação nos ossos, rins e intestinos, estudos têm mostrado evidências da ação da vitamina D em outras células que apresentem o VDR, como células hematopoiéticas, linfócitos, células epidérmicas, ilhotas pancreáticas, músculos e neurônios. Nestas células, a [1,25-(OH)2-D₃] participa de várias ações que não estão relacionadas ao metabolismo do cálcio, como por exemplo, na liberação de insulina pelo pâncreas, na secreção de prolactina pela hipófise, na manutenção da musculatura esquelética e alguma participação na depuração da creatinina.
Modulação do Sistema Imunológico[editar | editar código-fonte]
Em geral, a vitamina D media processos inflamatórios, autoimunitários e pode auxiliar no tratamento do lupus eritematoso (SLE)[4], diabetes tipo 1[5] e câncer.[2][3], equilibrando o sistema imunológico[6] e tendo efeito “imunomodulador de várias células do sistema imunológico, incluindo monócitos, macrófagos, células dendríticas (DCs), bem como linfócitos T e linfócitos B, modulando assim as respostas imunes inatas e adaptativas”[7].
Os níveis sanguíneos de vitamina D[editar | editar código-fonte] – “vitamin d wiki”
Em 2011, a Sociedade Endócrina publicou um relatório pedindo um nível sanguíneo mais elevado de vitamina D do que period pedido anteriormente. A diretriz de prática clínica da sociedade foi desenvolvida por especialistas no campo atribuído a uma Força-Tarefa de vitamina D e concluíram que todas as evidências apontavam, no mínimo, para níveis de vitamina D de 30 ng / mL, mas por causa dos resultados de alguns dos ensaios, para garantir uma suficiência ótima, recomenda níveis mínimos entre 40 e 60 ng / mL tanto para crianças como para adultos.[8]
Hipovitaminose D[editar | editar código-fonte]
A deficiência de vitamina D pode ser observada em indivíduos que tenham pouca exposição ao sol, e naqueles que tenham problemas na absorção de lipídios ou problemas na dieta. Em crianças, a deficiência de vitamina D pode resultar no raquitismo, doença decorrente da inadequada mineralização do osso durante o crescimento com consequentes anormalidades ósseas, entretanto, isso é raro nos dias atuais, devido sobretudo à fortificação dos alimentos. A deficiência grave em adultos leva à osteomalácia, condição caracterizada pela falha na mineralização da matriz orgânica do osso, resultando em ossos fracos, sensíveis à pressão, fraqueza nos músculos proximais e frequência de fraturas aumentada. Em idosos, a deficiência de vitamina D é decorrente das alterações fisiológicas e mudanças no hábito de vida decorrente deste grupo, como por exemplo, a diminuição da exposição ao sol e mudanças na dieta. A relação entre o envelhecimento e queda dos níveis desta vitamina é tanta que a ingestão de referência de vitamina D baseia-se nas necessidades de indivíduos idosos, mantidos no inside de suas residências sem exposição ao sol, e é o nível de ingestão que manterá os níveis plasmáticos de [25(OH)D3], iguais aos observados em indivíduos jovens com adequada exposição photo voltaic, no período de inverno. Em mulheres pós-menopausa, o baixo estado nutricional em relação a vitamina D pode ser responsável pela menor absorção de cálcio e portanto, tem efeitos importantes no desenvolvimento da osteoporose. 6
Deficiências de vitamina D também podem ser decorrentes de algumas enfermidades, tais como, litogênese, colestase, Crohn, doença hepática crônica e insuficiência renal crônica.
A deficiência de vitamina D também está ligada à insuficiência cardíaca, possivelmente por resistência à insulina. Em um estudo, cientistas descobriram que a insulina cardíaca leva à deterioração funcional do coração em animais com baixos níveis de vitamina D.[9]
Hipervitaminose D[editar | editar código-fonte]
A ingestão excessiva de vitamina D, mas não a excessiva exposição ao sol, causa fraqueza, náuseas, perda de apetite, dor de cabeça, dores abdominais, câimbras e diarreias. Ainda mais grave, pode causar também hipercalcemia, com concentrações plasmáticas de cálcio atingindo 2,75 a 4,50 mmol/l, comparada com variação regular de 2,20 a 2,55 mmol/l. O limiar tóxico para adultos não foi estabelecido mas a maioria dos pacientes diagnosticados com hipercalcemia ingeria doses excessivas à 250µg/dia. (7). Convertendo micro gramas em UI, temos dose máxima diária, abaixo de 10.000 UI. Estudos mostram que as doses devem ser superiores á 5.000 UI diárias para que possam atuar como protetivas contra o câncer.[carece de fontes?].